Gavetas, armários, portinhas, esconderijos-ocultos, todo e qualquer lugar onde pudessem existir quinquilharias armazenadas. Além, é claro, de ser o sagrado mês em que comemoro - todo o santo ano - mais um ano de existência (que lindo!), também foi um mês em que pude desfrutar de algumas semanas de férias, o que - diga-se de passagem - possibilitou-me a tão adiada arrumação das tralhas. Digo: ex-tralhas. Pude dividir, calmamente, os objetos esquecidos em três grupos: as tralhas-úteis, as tralhas-de-recordação e as tralhas-inúteis. Este último grupo foi encaminhado para a reciclagem, logicamente.
Confesso que, depois que finalmente terminei a dita reestruturação das minhas “cozitas”, tive aquela maravilhosa sensação de tirar um peso das costas. Confesso também, que me diverti bastante com alguns “achados”, os quais nem lembrava mais da existência (além dos arcaicos disquetes)!
Arrumar gavetas também pode ser uma atividade divertida!!
Entre os “achados-esquecidos”, encontrei uma pasta onde costumava guardar meus desenhos. Muita gente não sabe, mas adoro desenhar! Quando criança, meu hobby preferido, além de patinar, era o de fazer histórias em quadrinhos. Minha primeira revistinha era com uma turma de gatinhos de estimação - uma espécie de turma da Mônica felina. Os personagens principais eram os dois gatos do meu pai: a Guita e o Guizmo. Os coadjuvantes eram os gatos das minhas amigas. A Guita era uma gata preta, inteligentíssima, só faltava falar. Até hoje nunca vi um gato tão inteligente quanto ela. Já o Guizmo, segundo o meu pai, pensava que era um cachorro - só faltava latir. Ele era um gato amarelo muito meigo, mas que tinha atitudes dignas de um cão, pode-se resumir!
Além das aventuras da Guita e do Guizmo, encontrei outros gibis feitos por mim (ai). Um deles era de uma espécie de turma do terror. Sempre gostei de um certo humor-negro, estilo Família Addams, Família Monstro... Entre as personagens do gibi macabro-cômico, teve uma que me chamou a atenção ao rever – tanto pelo nome, quanto pelo desenho: a Sinistrilda! Ela é muito parecida com a Samara do filme “O Chamado”, com seus cabelos compridos, lisos e negros, ocultando seu rosto. E com o mesmo ar macabro e sombrio... praticamente um clone! [ Ou teria sido a Samara um clone da minha Sinistrilda?? - Oh dúvida cruel!! ]
Outra semelhança, é que a Sinistrilda não falava (praticamente). Só aparecia e desaparecia, sinistramente, como um espírito, no meio da historinha. Havia uma pitada de mistério-oculto nas suas aparições subliminares. Ao reler estas historinhas, me deu uma vontade quase-que-irresistível de desenhar um balão de diálogo pontilhado pra ela (a Sinistrilda), indicando a fala-sussurrada, e escrever: “Seven days!”...
- Será que posso cobrar direitos autorais?? Poderei eu, lucrar com a Sinistrilda?? (ihihih)
Acho que vou me aventurar a escrever roteiros de filmes de terror (que perigo!)... e também a desenhar os "violões". Há há há [risada malévola!!]
Na adolescência, parei de fazer gibis e comecei a fazer caricaturas dos professores mais odiosos e insuportáveis do colégio. Ah! Sem contar com uma que fiz da Porteira do colégio, que costumava dizer: "órdi são órdi!", quando não nos deixava sair mais cedo - mesmo quando os próprios professores liberavam (enfim... ). Nem ela me escapou! Fiz um desenho dela, com pantufas de coelhinho, na portaria, dizendo sua frase padrão: "órdi são órdi". Nossa, o desenho ficou muito parecido com ela, tamanha a antipatia que ela irradiava a nós, pobres alunos. Como eu sabia ser cruel com as pessoas chatas naquela época (não era sempre, but)... decerto, encarnava a Sinistrilda que existia dentro de mim para lidar com as pessoas irritantes. (Alguém aí já assistiu ao "Irritando Fernanda Young"?? Imagino que sim!)
Embora ainda seja fã de um bom humor-negro, posso dizer que não sou mais cruel. Mesmo com aqueles que mereceriam a minha crueldade (ser cruel é desperdício de energia)!
- Não há motivos para pânico!! :P
Contudo, me parece que todo mundo tem um lado-negro-da-força meio Sinistrilda, encubado dentro de si - como um gene comum a nossa espécie, transmitido de geração a geração. O gene - ou alguma proteína presente nas cadeias do DNA - representado pela figura da Sinistrilda, pode, muito bem, ser o nosso carma coletivo...
Bah... de personagem de uma história em quadrinhos de fundo-de-quintal, nossa ilustre Sinistrilda foi promovida à gene-humano. Melhor encerrar este post por aqui, antes que ela se transforme em uma partícula subatómica, ou num código de barras! ;-)
Então... também encontrei muitas destas caricaturas na tal pasta-anteriormente-comentada, o que me rendeu mais algumas boas risadas. Recordar é viver!!
- E, viva a Sinistrilda!!!
ps: sem dúvidas, esta pasta ficou na categoria das tralhas-de-recordação! (violinos)
2 comentários:
Mariana e seu ócio criativo adolescente... Sinistrilda! É, acho que tu poderia fazer um filme de terror usando ela como personagem...
Eheheheh!
P.S. Aleluia, irmã! Tava na hora de uma atualização, heim?
Pois-é guria... 'dizem' que desde pequeno dá pra notar traços fortes da personalidade de alguém...
Tem coisas que se manifestam desde cedo! (como a loucura, talvez!) eheheheh
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