Meu mundo expresso de várias formas... (my routes, my rules)

terça-feira, fevereiro 13, 2007

A Lenda da Nega Selma

Blog também é cultura!
Graças à contribuição de uma amiga muito querida, finalmente vou poder publicar A Lenda da Nega Selma. Qualquer lugar que se preze tem as suas lendas urbanas locais. Então, decidi que o meu blog também pode ter um espaço para publicar lendas (ai).
Muita gente não sabe a origem da expressão ‘falar com a Selma’, comumente utilizada em Porto Alegre (eheh). Graças a essa minha amiga (vou manter a discrição e não vou citar nomes), que descobriu a lenda ao acaso com uma pessoa de mais idade da nossa querida cidade, a Lenda da Nega Selma vem a público. Divirtam-se!! (valeu amigaaahh!!)

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Selma - A lenda.
Durante a década de 70, em plena Ditadura Militar, ela era conhecida pelo codinome 'Nega Selma'. Andava para cima e para baixo em seu fusca verde fede-fede fazendo delivery canabiônico (sim! é isso mesmo o que vocês estão pensando). Embora ninguém soubesse ao certo o seu verdadeiro nome, especula-se até hoje que ela tinha uma vasta clientela.

Praticamente uma sem noção, mas corajosa e leal defensora da propagação dos milagres de Jah, nossa heroína era adepta de um meio de sobrevida amplamente conhecido como "vida fácil". Eis que num belo dia da ensolarada primavera Porto-alegrense, a mãe da Nega Selma pegou o fusca emprestado e foi dar uma voltinha, quando foi surpreendida por uma batida policial. Segundo a lenda, o fato deve ter ocorrido em uma ruazinha pitoresca do nosso amado Bonfa (bairro Bom Fim).

Realmente aquele não era o dia de sorte da mãe da Nega Selma, a polícia encontrou um tijolaço de proporções assustadoras debaixo do banco da motorista... lá foi à velha pro xilindró. Dizem que ela ficou presa vários dias, em vista do dilema que estava a Selma. Ela não sabia se entregava-se a polícia ou se deixava a velha mofar na cadeia.

Por fim, ela decidiu que o mais sensato seria levantar uma grana para tirar a velha pentelha da cadeia. Com o restante do dinheiro ela simplesmente evaporou-se no mundo, como se fosse a mais doce marofa misturada à magia sublime dos ares da Redenção. Até hoje não se sabe o paradeiro da Selma após este evento. Há os que acreditam que ela mudou-se para a Jamaica, onde teve uma brilhante carreira.
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Daí que surgiu a expressão “falar com a Selma” e suas gírias adjacentes: “a Selma vai tá lá?”, “essa Selma é poderosa”, etc, etc...

Coincidência ou não, quando eu era criança (violinos) a empregada que cuidada de mim e da minha irmã na ausência dos nossos pais casualmente se chamava Selma e também era negra. Ao contrário da Nega Selma, a nossa Selma era uma mãe de família responsável cuja honestidade era incontestável. Contudo, pode-se dizer que quando criança eu falava com a Selma, literalmente.

Um comentário:

Anônimo disse...

PUTZ!!! Nunca ri tanto no trabalho, em pleno fechamento de INSS...cara...demais, muito engraçado...
Bj!