Meu mundo expresso de várias formas... (my routes, my rules)

sábado, outubro 11, 2008

Um Aniversário Alucinante!

O aniversário da minha grande amiga Raquel foi, no mínimo, instigante – além de muito divertido. Uma noite inspiradora... Só poderia resultar em um conto baseado em cenas, diálogos e situações inusitadas!

Tudo começou quando estávamos a caminho do aniversário, mais precisamente dentro do táxi. Tínhamos recém saído da minha casa, quando fui guardar a chave dentro da bolsa, no bolsinho de fora, para ter fácil acesso. Me dei conta de que há meses passei a guardar o batom no mesmo compartimento, pelo mesmo motivo: fácil acesso, já que minha bolsa contém muitos itens importantíssimos! Os dois, o batom e a chave, isolados naquele compartimento, pareciam compor um casal. Comecei a ver afinidade entre eles, como a possibilidade de ambos poderem abrir portas.

“O batom e a chave conheceram-se ao acaso no bolso de fora de uma bolsa...” – então, a idéia de escrever o conto surgiu como o “flash” de um raio em uma noite de tempestade. Meu Amor me olhou com um sorriso admirado, quando lhe contei minhas idéias: fruto dos poucos segundos em que guardei a chave. O táxi anda duas quadras, atravessa uma avenida e dobra em outra, quando me dou conta de que esqueci o presente da minha querida amiga em casa. Depois de um alto suspiro, pedi ao taxista que retornasse. “Ainda bem que estamos perto de casa”, Meu Amor me consola! “Vou subir e descer como se tivesse elevador” – garanti que seria rápida.

Detalhe: a festa começara às 21hs e era quase meia-noite. O que me consolava é que no convite estava escrito: “sem hora pra acabar”. Finalmente o táxi pára na frente do recinto onde a festa já estava à milhão! No momento em que procurava minha carteira entre os inúmeros objetos importantíssimos da bolsa, meu celular começa a tocar incessantemente. Aí sim que não achava mais nada, atucanada pelo ringtone! O taxista dá uma risadinha de canto, divertido com a cena. Finalmente acho o celular, atendo enquanto passo a carteira para o Meu Amor.

No telefone, minha afilhada que já estava na festa, querendo saber onde estávamos. Assegurei-lhe de que estávamos prestes a fazer uma entrada triunfal no local. Enfim conseguimos chegar à festa: ainda que houvesse um pouco de ‘gente esquisita’ (com exceção dos convidados), estava longe de ser uma ‘festa estranha’. Parabenizo minha grande amiga, depois de lhe dizer: “eu tardo, mas não falho”. Jamais perderia seu aniversário! Grandes amigos são presentes que a vida nos dá, só por isso já temos de comemorar!

Não contei que o bar tinha “som ao vivo” provido de um vídeokê?
Pois-é! Só isso é capaz de garantir muitas risadas, por motivos um tanto óbvios. Afinados são poucos, o que nos deixa a vontade pra cantar, rir e também chorar algumas vezes. Como tem gente que gosta de cantar música deprê nesses vídeokês, vamos combinar! Não entendo pra quê tanto sofrimento... a noite é feita pra gente se embriagar de alegria e, entre amigos, de comemoração! Vamos celebrar a amizade!


Entre as músicas “sofridas”, não posso deixar de comentar uma que me deixou profundamente chocada! Que Deus permita que a Vanessa da Mata e o Ben Harper nunca escutem aqueles dois cantando “Boa Sorte”, oh Deus! Imaginem uma voz feminina aguda, melancólica e levemente “taquara-rachada” cantando:

- “Tudo o que quer me da-a-ar, é de-ma-a-ais, é pe-sa-a-do, não há pa-a-az!” – com a voz tremida, pra deprimir ainda mais...

Mas o pior (como se fosse possível crer que pudesse piorar...) ainda estava por vir, quando o cara começou a “cantar” a parte do Ben Harper. Uma voz que tentava ser “tenor” e estava bem longe disso. Minha vontade foi de cortar os pulsos com o guardanapo. A sensação que dava era de que essa dupla estava “assassinando” a Vanessa da Mata e o Ben Harper a facadas (bate na madeira). Perdoem-me por essa metáfora, mas não há outra que melhor traduza a agonia dos ouvintes. Fui obrigada a encher o meu copo de cerveja e virar até o fim! Mal conseguíamos conversar, tamanho o horror! Comecei a achar que aqueles dois eram contratados pelo dono do bar, para aumentar o consumo de cerveja.
- Que Deus tenha piedade de nós! - exclamou alguém.

Depois que a música finalmente acabou, todo mundo se sentiu a vontade para cantar qualquer música no vídeokê, porque ia ser difícil cantar tão mal quanto eles. Inclusive eu, me atrevi a cantar algumas músicas, com a ajuda da aniversariante, do Meu Amor, da minha afilhada e do borbo-bofe. E a festa seguia animada entre conversas filosóficas, tragadas de cigarro, copos de polar e músicas pra cantar!

Lá pelas tantas a cerveja começou a fazer efeito, o que resultou em muitas cenas dignas de cinema! Uma das gurias, que já estava “fora da casinha”, foi na “pista” dançar Calípso sozinha. Isso que ela nem gosta de Calípso! Dançava com o entusiasmo de quem dança Madonna – sem querer comparar o incomparável, só pra ilustrar o quanto ela tava “alta”. Teve também quem começou a dançar de par pelo simples prazer de dançar, sem se importar com a música!

No final da noite, os filósofos boêmios desenvolvem algumas teorias quanto ao papel sociológico do vídeokê. Na verdade desenvolveram duas doutrinas referente aos que utilizam o vídeokê pra desabafar suas mágoas e desafetos: (ai..)

O primeiro conceito é de que o vídeokê funciona como um “psiquiatra” da sociedade atual. Onde as pessoas despejam seus lamentos, suas dores-de-cotovelo, seus traumas de infância: como aquele tio que ia almoçar na tua casa sem avisar e comia a tua sobremesa. Na falta de um psiquiatra de carne-e-osso, apelam para o virtual.

O segundo conceito é de que o vídeokê representa um “muro dos lamentos” do ocidente, com legendas e tela LCD.

Encerro este post com uma pergunta instigante: - E você, tem algum conceito quanto a isso?


ps: Fomos um dos últimos a sair do local! eheh

2 comentários:

Lari Bohnenberger disse...

Ahhhhhhhhhh! Vou chorar de depressão! Tu não tens noção do quanto eu tremo diariamente, há muito tempo, com síndrome de abstinência do microfone... a coisa é séria, bem! O nosso querido bom e velho amigo Trivial fechou, para a minha desgraça, e não conheço nenhum outro bar com videokê pelas redondesas. E aí tu me apronta uma tortura dessas, com descrição tão detalhada, inclusive da desafinação dos supostos cantores????? "Vou choraaaaaar, desculpe mais eu vou chorar..."
Eheheheheheheheheh!
Adoro videokê! Não tenho nenhum conceito novo sobre os que esganiçam suas mágoas nos ouvidos alheios através de um microfone. Pra mim o videokê é o meu momento estrela, e me serve só pra cantar! Quem canta seus males espanta! E viva a música! Uhuuuuuuuuuuu!
Bjs, miga!
P.S. Lembrei da gente cantando 'Like a Prayer' nos palcos do Trivi, lembra? Um clássico! Rsssss!

Anônimo disse...

o que eu estava procurando, obrigado