O batom e a chave se conheceram por acaso, em um pequeno compartimento da bolsa de uma bela moça. Na verdade, foi em um bolsinho no lado de fora da bolsa que tudo aconteceu - onde a bela moça costumava deposita-los quando saía lépida e faceira. Inicialmente só a chave era guardada ali, para que a bela moça pudesse localizá-la rapidamente quando estivesse voltando para casa. Nem sempre ela chegava sóbria, então a chave não poderia estar perdida entre as inúmeras coisas importantíssimas que ela transportava consigo. Precisava de um local seguro, de fácil acesso e localização!
A chave já estava habituada com o seu compartimento e não se importava de ficar isolada dos demais objetos residentes da bolsa. Mesmo com o passar dos anos, a solidão não lhe incomodava nem um pouco. Vivia como se estivesse em uma espécie de retiro espiritual, aproveitando o silêncio absoluto ao máximo, para meditar e cantarolar mantras.
Até que um dia, a bela moça resolveu guardar o batom no mesmo compartimento da chave, talvez pelo mesmo motivo: o batom era considerado um item útil, que deveria ficar em um local seguro, de fácil acesso e localização. Tal qual a chave, o batom também era capaz de abrir muitas portas. Não se sabe se foi esta a razão subliminar que motivou a bela moça a guardá-los juntos, ou meramente obra do “destino”.
O batom tentou fazer amizade com a chave logo que chegou ao “recinto”, mas ela não lhe deu a mínima atenção. Para ela, ele era apenas um intruso indesejado no seu pequeno castelo de couro-sintético. Ele bem que tentou mostrar sua bela cor, envolvente, capaz de deixar sensuais até os lábios das moças mais pálidas e apáticas... Ela simplesmente o ignorava. Era incapaz de perceber o seu brilho. Além de tudo, ficava irritadíssima com a freqüência que a bela moça o retirava (e o devolvia) a bolsa. Enquanto ela só conhecia a porta de casa, ele conhecia o mundo...
Com o passar do tempo, o batom percebeu que na verdade a chave tinha ciúmes dele com a bela moça – a dona da bolsa. Então, começou a se aproximar da chave aos pouquinhos, contando os causos que presenciava durante os “breves segundos” que ficava fora daquele universo delimitado por um zíper. A chave começou a se interessar pela prosa do batom, que contava tudo nos mínimos detalhes, sempre tão gentil e educado!
A chave já estava habituada com o seu compartimento e não se importava de ficar isolada dos demais objetos residentes da bolsa. Mesmo com o passar dos anos, a solidão não lhe incomodava nem um pouco. Vivia como se estivesse em uma espécie de retiro espiritual, aproveitando o silêncio absoluto ao máximo, para meditar e cantarolar mantras.
Até que um dia, a bela moça resolveu guardar o batom no mesmo compartimento da chave, talvez pelo mesmo motivo: o batom era considerado um item útil, que deveria ficar em um local seguro, de fácil acesso e localização. Tal qual a chave, o batom também era capaz de abrir muitas portas. Não se sabe se foi esta a razão subliminar que motivou a bela moça a guardá-los juntos, ou meramente obra do “destino”.
O batom tentou fazer amizade com a chave logo que chegou ao “recinto”, mas ela não lhe deu a mínima atenção. Para ela, ele era apenas um intruso indesejado no seu pequeno castelo de couro-sintético. Ele bem que tentou mostrar sua bela cor, envolvente, capaz de deixar sensuais até os lábios das moças mais pálidas e apáticas... Ela simplesmente o ignorava. Era incapaz de perceber o seu brilho. Além de tudo, ficava irritadíssima com a freqüência que a bela moça o retirava (e o devolvia) a bolsa. Enquanto ela só conhecia a porta de casa, ele conhecia o mundo...
Com o passar do tempo, o batom percebeu que na verdade a chave tinha ciúmes dele com a bela moça – a dona da bolsa. Então, começou a se aproximar da chave aos pouquinhos, contando os causos que presenciava durante os “breves segundos” que ficava fora daquele universo delimitado por um zíper. A chave começou a se interessar pela prosa do batom, que contava tudo nos mínimos detalhes, sempre tão gentil e educado!
Embora tivesse a superfície dura e rija, a chave, no fundo, tinha o coração-mole. Afinal, os de aparência bruta também amam! E ela, que outrora julgara o batom fútil e superficial, enfim percebeu a cultura e inteligência que existia por trás daquela embalagem de plástico. Passou a se encantar por ele, que era capaz de iluminar os sorrisos das mais belas moças (e das não tão belas também!).
O batom, por sua vez, descobriu o quanto à chave era amável e delicada. Mesmo sem nunca ter conhecido outro lugar senão a porta da casa da bela moça; era como se ela possuísse um conhecimento milenar, já que entendia de “segredos” muito bem! Viu nela muito mais que uma amiga, era a chave do seu coração! E quando se deram conta, o batom estava quase derretendo e a chave quase envergando, de tanta paixão!
Desde então, o batom e a chave assumiram o seu romance e vivem muito felizes no seu castelo de couro-sintético. Pretendem casar o mais breve possível e sonham em morar numa bolsa nova - em um compartimento transparente (ou assemelhado), que os permita ver o mundo externo sem sair do lugar. Estão rezando para a bela moça atender o seu pedido! Já a bela moça, talvez não tenha a menor idéia da linda história de amor que ocorre dentro da sua bolsa.
ps: amar é: ver amor em tudo, até nos objetos inanimados! eheheh [já faz um tempinho que notei um certo “clima” entre o batom e a chave! :P]
3 comentários:
"...e é claro que a história é verdadeira embora inventada – , que cada um a reconheça em si mesmo porque todos nós somos um e quem não tem pobreza de dinheiro tem pobreza de espírito ou saudade por lhe faltar coisa mais preciosa que ouro – existe a quem falte o delicado essencial.”
Clarice Lispector
Ufa! Um post que não vai gerar discussão polêmica!!!
Eheheheheheheheh!
Amiga, não seja má, compre a bolsa com compartimento transparente para o casal! A chave, coitada, merece poder ver o mundo com seus próprios olhos, pobrezinha!
Eheheheh!
Adorei! Adoro teus surtos criativos!
Bjs!
ai que delícia de texto. que bom que estás voltando ao blog.
beijos, amiga!
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